Recolha de Livros (Iniciativa Encerrada)

Tens livros e manuais que já não usas? Dá-lhes uma nova vida!

A World Needs lança uma iniciativa de recolha de livros e manuais alargada a todo o país, incluíndo Ilhas dos Açores e da Madeira, onde pretendemos assegurar que, livros e manuais cujo o destino seriam o papelão, possam ter uma nova vida nas mãos de quem fará uso destes materiais, juntando o útil ao agradável.

Nesta fase inicial, concentramos os nossos esforços na recolha do maior número de livros possível para que, posteriormente, sejam catalogados e lhes seja atribuído um destino consoante as suas características e necessidades: serem usados em Portugal, se forem ao encontro dos planos curriculares; serem enviados para países (PALOP, como Cabo Verde, por exemplo) onde as matérias sejam lecionadas; ou criar uma biblioteca onde os livros possam ter uso para consulta.

Todos os fins serão analisados caso a caso, sendo nosso entendimento que o papelão não é o destino final ideal.

Obrigado a tod@s!

A World Needs lançou uma campanha de recolha de livros em todo o país. Nesta campanha foram recolhidos mais de 4000 livros que serão entregues em Cabo Verde, aquando da nossa missão de voluntariado em julho deste ano. Neste momento, e tendo em conta termos esgotado toda a capacidade de armazenamento, encerramos a nossa recolha. Agradecemos o seu interesse, na esperança que possa encontrar uma nova solução que dê utilidade a tal doação. Em nome de toda a equipa da World Needs, muito obrigado!

Limpeza da Área Costeira – Praia de São Jacinto

Numa parceria com a Junta de Freguesia de São Jacinto, a Associação World Needs irá levar a cabo uma iniciativa de limpeza da praia desta freguesia, mobilizando voluntários no âmbito do Dia Internacional da Limpeza Costeira, promovido pela Fundação Oceano Azul.

Fundada a março de 2020, a Associação World Needs é uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é «cooperar para que o desenvolvimento social seja um elemento ativo na promoção da educação, ciência e solidariedade».

No dia 26 de setembro, cerca de 15 jovens voluntários, da Associação World Needs, juntam-se para levar a cabo a limpeza da Praia de S. Jacinto, localizada no Município de Aveiro.

A Associação World Needs aceitou assim o desafio da Fundação Oceano Azul, que este ano celebra o Dia Internacional de Limpeza Costeira de 19 a 27 de setembro com a dinamização e apoio a ações de recolha de lixo marinho por todo o país.

Para levar a cabo a limpeza da Praia de S. Jacinto, a Junta de Freguesia de S. Jacinto fornece à Associação World Needs todo o material e equipamento necessários para a concretização da atividade, bem como meios mecânicos para a recolha do lixo.

António Aguiar, Presidente da Junta de Freguesia de São Jacinto, refere que esta iniciativa «é de uma grande importância pelas razões que todos conhecemos ao nível dos problemas do ambiente. Além de sensibilizar as atividades no terreno, vem reforçar a vontade de unir todos na proteção da praia (ambiente)».

Já Madalena Costa, co-fundadora da Associação World Needs, afirma que «no contexto atualmente vivido, em que, mais do que nunca, as problemáticas ambientais têm vindo a demonstrar as suas consequências, atividades como a que está a ser promovida ganham uma nova e reforçada importância. A World Needs pretende, assim, sensibilizar a população para a importância e necessidade da proteção ambiental, incentivando a tão necessária ação».

A Associação World Needs espera ainda futuramente organizar mais iniciativas da mesma natureza, reunindo condições para as mesmas serem abertas à comunidade, de forma a procurar a limpeza de espaços públicos, contribuindo para um melhor ambiente.

Esta nota de imprensa saiu em:

Google? Sim, é possível.

A World Needs tem o prazer de partilhar, com todo o mundo, que a Google é patrocinadora oficial da nossa organização.

Com acesso a um conjunto infindável de soluções e serviços desta grande empresa tecnológica, a World Needs fica dotada de inúmeros recursos, capazes de fazerem cumprir muitos dos nossos objetivos, uma vez que tratamos de usar as ferramentas digitais para oferecer à Humanidade soluções que possam satisfazer as suas necessidades.

Desde os serviços de email, alojamento, serviços server, publicidade através do Google ADS, entre outros e tantos serviços que é do conhecimento de todos, mas alargados à escala empresarial e institucional.

Todas as palavras são poucas para tanta emoção. Mas é oficial. A Google está connosco e não poderíamos estar mais orgulhosos!

Obrigado.

América Latina: o perigo e as consequências de se (poder) ser Mulher!

No mundo contemporâneo não deveria ser permitido, aceitar-se, sequer, pensar na possibilidade da prática de atos de violência. Sejam eles contra quem for. Pois, quanto a nós, trata-se de uma atitude reprovável.

Mahatma Ghandi afirmava ser contra a violência «porque parece fazer bem, mas o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente».

Mas, no fundo, e para reforçar a ideia, Jean Paul Sartre afirmava: «A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota».

Em 2013, num estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde, estimava-se que 35 por cento das mulheres em todo o mundo haviam sofrido de violência. Nesse mesmo estudo, e através de dados recolhidos, foi possível mostrar que as mulheres que sofreram de violência (nomeadamente, a física ou sexual) apresentaram mais chances de abortar, de contrair doenças sexualmente transmissíveis e maiores taxas de depressão, em comparação com as mulheres que afirmaram não sofrer qualquer tipo de violência (1).

Estimou-se que 87.000 mulheres foram assassinadas, globalmente, em 2017. Mais de metade das mulheres (50.000, correspondendo a 58 por cento) foram mortas pelos seus parceiros ou elementos ligados à família. Estima-se que pelo menos 137 mulheres por dia, em todo o mundo, são assassinadas pelos seus parceiros ou familiares chegados (4).

Para além dos dados recolhidos no estudo anterior, a PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION (PAHO) elaborou um relatório acerca da violência contra as mulheres. Concluíram que a violência contra as mulheres está diretamente relacionada com os desfechos de foro sexual e reprodutivo, sendo ainda possível descrever que uma em cada quatro mulheres relataram terem sofrido de violência por um parceiro íntimo. Estes são dados recolhidos de entre os 7 países que representam maiores taxas de Feminicídio em todo o mundo: El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Equador, Peru, Colômbia e Bolívia (2).

As informações de 15 Estados da América Latina demonstram que, no mínimo, 3.287 mulheres foram vítimas de Feminicídio em 2018, constando El Salvador no ranking com a taxa mais elevada – 6.8 mulheres em cada 100.000 mulheres (3).

É na América Latina que os casos de violência contra mulheres que dão origem ao Feminicídio, se revelam com maior acutilância. Entre 2015 e 2018, no México, subiram de 411 para 898 o número de assassinatos de mulheres por razões de género. No Brasil houve um aumento de 12 por cento, entre 2017 e 2018: 1.206 mulheres assassinadas (4).

Se estes números assombram e assustam a realidade de ser mulher na América Latina, ao mesmo tempo eles deveriam envergonhar qualquer cidadão do mundo, pois não é aceitável, em qualquer momento, que se coloque em causa a vida humana por questões de género.

Estamos perante uma discriminação estrutural das mulheres que, muitas vezes, passa ao lado dos decisores políticos. O poder legislativo não tem dada a devida atenção aos assédios, nomeadamente, sexuais, no trabalho, nos ambientes de educação, nos transportes coletivos, nos locais públicos, entre outros, que colocam em causa diariamente a dignidade de milhares de mulheres por todo o mundo. 

Esta é uma discriminação que restringe, priva e não democratiza a liberdade de ser mulher. Uma discriminação que se revela, muitas vezes, institucionalizada quando existe um impacto particular, por exemplo, nas mulheres jovens, quando estão perante situações de aborto e são perseguidas, denunciadas e marginalizadas na sociedade civil.

Caso disso é o exemplo da jovem Belén, uma mulher argentina de 27 anos. No ano de 2014, Belén deu entrada no hospital de Tucumán com uma hemorragia vaginal. O médico das urgências, declarou no seu diagnóstico como um “aborto espontâneo”. Porém, o terror foi mais além: Belén foi acusada de se ter visto livre do feto numa das casas de banho do hospital. A polícia prendeu Belén. Foi condenada a 8 anos de prisão por homicídio agravado, num processo cheio de irregularidades. Dado o alcance da situação, com o apoio da Organização das Nações Unidas e da Amnistia Internacional, Belén cumpriu dois anos na prisão e foi absolvida. Dois anos numa prisão por um crime que não cometeu, simplesmente, por ser mulher. Simplesmente, para que o poder judicial se fizesse valer de um exemplo para a sociedade, mas que acabou por ser um exemplo para o próprio poder judicial para não condenar jovens mulheres inocentes.

Este não pode ser o Mundo de hoje!
O Mundo que conhecemos e onde vivemos, só será mais Mundo, quando a convivência em Humanidade se revelar, claramente, através de um forte compromisso na execução da liberdade, auto determinação e cumprimento dos direitos e deveres das pessoas.

Enquanto não olharmos para o Mundo como um grito de que somos “todos iguais, mas diferentes”, nunca iremos conseguir compreender que a diferença que nos separa é a igualdade que nos junta.

Este, não é de facto o mundo contemporâneo. Não é o mundo atual que permite ser-se, para se ser mais.

World Needs more Equality.
World Needs more Rights.

[1] Organização Mundial da Saúde, Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa, Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica (2013). Estimativas globais e regionais da violência contra as mulheres: prevalência e efeitos sobre a saúde da violência conjugal e violência sexual não conjugal

[2] Violence Against Women in the Americas: Data and Action (PAHO) (2018), Violence Against Women, https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=1505&Itemid=2459&lang=en, Acesso a 06 de agosto de 2020, às 02:17

[3] https://oig.cepal.org/es/indicadores/feminicidio, Acesso a 06 de agosto de 2020, às 02:05

[4] Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) (2019). Global Study on Homicide 2019, p. 10
[5] https://elpais.com/internacional/2017/03/27/argentina/1490648400_185209.html, Acesso a 06 de agosto de 2020, às 02:48

Líbano: (Re) Aprender a Viver

Com uma população estimada de 6 184 701 de habitantes e localizado na extremidade leste do Mar Mediterrâneo, na Ásia Ocidental, numa região que liga diretamente com a Europa, o Líbano é um país que tem muita história para dar a conhecer ao mundo. 

As constantes crises, catástrofes e desastres no Líbano na era pós colonial, recordam os 15 anos de guerra civil, a ocupação de Israel ou o domínio do país vizinho, a Síria. 

Quinze anos e meio de guerra civil, duas guerras com Israel e outros múltiplos ataques depois, a capital do Líbano, Beirute, sofreu uma catástrofe que provocou mais de 130 mortos, mais de cinco mil feridos e uma centena de desaparecidos. O navio MV Rhosus, de propriedade Russa, atracou em 2013 no porto de Beirute, e nunca mais saiu daquele local para completar a sua viagem. O navio terá chegado à capital libanesa enquanto viajava da Georgia para Moçambique. Foi impedido de sair do porto em 2014, por questões que ainda não foram totalmente clarificadas, mas que apontam para falhas mecânicas ou para falta de pagamentos. Contudo a Cornelder, empresa gestora do porto da Beira, em Moçambique, negou que “tenha sido notificada que um navio com essas características e carga se destinasse ao país”. Certo é que o navio continha a bordo uma carga de 2750 toneladas de nitrato de amónio, um composto químico que é bastante utilizado no fabrico de explosivos e fertilizantes agrícolas. Surpreendente, ou não, o facto de a situação estar já identificada e ser do conhecimento das autoridades competentes. O ex primeiro-ministro, Saad Hariri, teria, inclusive, conhecimento do caso. Apesar disso nada foi feito entretanto. 

Muito provavelmente teremos as investigações a chegar até às altas instâncias do poder. Até ao momento as investigações para apurar as causas de mais uma catástrofe em território Libanês resultaram em 16 detidos, sendo esses detidos funcionários do porto de Beirute. 

Se o Líbano já vinha a sofrer com uma inflação completamente fora do controlo (o preço dos alimentos disparou, a maioria da população deixou de ter possibilidade de comprar carne ou pão, por exemplo), com a libra libanesa a desvalorizar mais de 80% em relação ao dólar, a situação agravou-se com a pandemia da COVID-19 e com a explosão que veio criar um panorama completamente desolador: as estimativas do impacto desta explosão, apontam para um valor entre os 2,5 e os 4,5 mil milhões de euros. 

Acresce ainda que o Líbano importa cerca de 90% do seu trigo e a maioria desse trigo tinha como ponto de passagem o porto que, agora, se resume a cinzas. Segundo Raoul Nehme, ministro da economia e do comércio libanês, todo esse trigo ficou destruído.

Trata-se, por isso, de uma das maiores crises económicas das últimas décadas, que levam ao congelamento de contas bancárias, despedimentos em massa, falta de rendimentos e muitas dificuldades a serem sentidas pela população Libanesa. 

Perante as sucessivas crises, manifestamente, quem sofre é quem sente e vive esta dura realidade. Os problemas surgem com maior magnitude e são sentidas na população, que clamam por falta de mantimentos, falta de cuidados de saúde e com a urgência primária de obter assistência do ponto de vista financeiro, económico e social. Face a este cenário os libaneses têm saído à rua em protesto contra o Governo chefiado por Hassan Diab (tomou posse no início deste ano com o apoio do Hezbollah). Porém a crise mais grave desde 1990 não tem sido revertida e, além disso, o executivo não tem, até ao momento, conseguido ter êxito nas negociações com o FMI para a obtenção de um empréstimo que iria servir de alavanca às reformas tão necessárias para o país. 

Por isso, a questão mais imediata que se coloca é: que futuro para as gentes libanesas, mais concretamente as de Beirute, colocadas no centro da catástrofe? Terão de aprender a viver num clima de constante inquietação, sobressalto e incerteza?

Mais do que nunca o Líbano precisa de alguma estabilidade, palavra desconhecida até agora pelos sucessivos tiros nos pés dados pelos seus governantes em matérias  tão essenciais como a economia, as finanças ou as questões sociais. Precisa, sobretudo, de líderes responsáveis, que olhem para e pelo seu povo.

Quem protege as mulheres na Turquia? (um breve caso de estudo)

Na foto, duas mulheres, uma turca e outra portuguesa. Uma amizade nascida em Bratislava, na Eslováquia, pelo programa Erasmus+, que perdura até aos dias de hoje e simboliza a união entre as mulheres destes dois países. Foto de 2018, na região da Capadócia, Turquia

A cada semana, uma vítima.

A cada dia, aumenta o sentimento de impotência.

Tem sido este o sentimento que escalou a revolta. Não haverá mais silêncio das mulheres turcas.

O número de mulheres turcas assassinadas por homens tem vindo a aumentar, atingindo um total de 474 vítimas em 2019 (3). Como resposta, usaram as redes sociais para partilhar fotos suas a preto e branco, demonstrando que poderão ser elas mesmas a próxima vítima a surgir nos noticiários.

Foram para as ruas em protesto, pois um voto de pesar do Presidente não lhes chega.

A Turquia situa-se entre a Europa e a Ásia, estando a cidade mais conhecida internacionalmente, Istambul, dividida entre os dois continentes. A religião predominante é o Islamismo (com pequenas minorias de cristãos e judeus) e a língua oficial o Turco.

Entre 1923 e 2018, a Turquia foi uma democracia representativa parlamentar. Contudo, em 2018 o novo regime político baseado num sistema presidencialista deu ao Presidente inúmeros poderes, antes não detidos por este (1). Este poder (praticamente absoluto) levou a que, inclusive, o sistema jurídico seja maioritariamente controlado pelo executivo.

Apesar do país estar integrado em diferentes organizações mundiais, (por exemplo, ONU, OCDE), as questões dos Direitos Humanos têm sido objeto de controvérsia com mais de 1600 julgamentos pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, entre 1998 e 2008. Estas controvérsias levaram a que o seu pedido de adesão à União Europeia, em 1987, ainda não tenha sido aprovado (2).

Em termos de comparação, a Turquia, culturalmente, é muito diferente de Portugal. Porém, algo terrível nos une: a violência contra as mulheres.

Um dos casos mais recentes na Turquia, de junho deste ano, relata a história de uma jovem estudante de 27 anos, Pınar Gültekin, que foi agredida e espancada até à morte sendo depois queimada numa lixeira e coberta com cimento. O conhecimento no país deste caso foi uma nova faísca junto do rastilho que são anos de impotência ao verem notícias de vidas retiradas cedo demais. Com base neste acontecimento, milhares de mulheres começaram a sair à rua em protesto, com medo de serem as próximas (4). Protestam pelo direito a viver.

Poderíamos considerar esta situação idêntica à de Portugal, onde os números de violência doméstica continuam a assustar o género feminino (em 2019 houve um aumento de 40% face a 2018) (5). De acordo com os resultados de um estudo de amostra ampla na Turquia (2015), geralmente, as taxas de violência doméstica contra as mulheres são de 35,5% para violência física, 43,9% para violência emocional, 30% para violência económica e 12% para violência sexual (6). Em muitos casos, o assassino sai impune, sendo que se culpabiliza a vítima como tendo agido por merecer o que lhe aconteceu. Ou que o assassino cometeu algo num momento em que agiu passionalmente. Algo que nos soa familiar. A Beatriz Lebre também teve o fim da sua vida retratado nos media como uma “paixão doente”. Muitas das mulheres que têm divulgado a situação têm recebido comentários cheios de ódio e em alguns casos até de difamação.

Não é apenas uma questão de opressão religiosa, como poderemos pensar pela representação que nos chega da religião islâmica, mas, no entanto, seria injusto e erróneo. O papel da religião é importante, sim, uma vez que é invocado o dever de obedecer da mulher, mas não é um sentimento consensual do país.

Lembremo-nos que todo o ser humano tem direito à vida (7) e violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos, incluindo o direito à igualdade e não discriminação; os direitos da vida, liberdade, autonomia e segurança da pessoa; direito à privacidade; e o direito a um padrão de saúde acessível. Embora exista uma preocupação generalizada sobre o tema, os programas de prevenção são poucos e distantes na Turquia (8).

A Convenção de Istambul, adotada em 2011, e em vigor em Portugal desde 2014, é um tratado internacional de direitos humanos, incluindo um quadro jurídico abrangente para a prevenção da violência contra as mulheres.

Apesar da Turquia ter sido o primeiro país a ratificá-la, o Presidente pondera agora retirar-se da convenção, espelhando a mesma intenção da Polónia, ou da Hungria que, apesar de ter assinado, recusa-se a ratificá-la (9–11). Isto pode deixar as mulheres ainda mais frágeis, uma vez que a já escassa proteção legal pode tornar-se inexistente. Por isso, uma das intenções das manifestantes é que as autoridades cumpram o dever de colocar em prática a lei nº 6284 daquele ordenamento jurídico.

O que se passa com as mulheres num país, diz respeito a todos e todas nós. Mas agora dirigimo-nos mais às mulheres como nós. Sabemos que por vezes nos sentimos pequenas perante um problema gigante e, por mais cliché que soe, somos mais fortes juntas. A nossa luta é também a luta delas. São mães, amigas, estudantes e pedem apenas para sobreviver e que acabe a culpabilização daquelas que são vítimas. O mesmo que nós pedimos todos os dias.

Cabe a cada um de nós pensar mais no outro. As redes sociais trouxeram muitas coisas, inclusive a possibilidade de serem uma plataforma onde se obtém e partilha informação. Podemos ter 100 seguidores, podemos ter 1000. O que interessa não é o número, mas sim o papel ativo que temos em dar a conhecer o que se passa. E é isso que fazemos aqui, because world needs you, não importa onde estejas.

Deixamos aqui algumas formas simples de ajudar ou onde procurar mais informação:

Plataforma: WE WILL STOP FEMICIDE

Petições:

Referências:
1. Ankara. Recep Tayyip the First – Erdogan inaugurates a new political era in Turkey | Europe | The Economist. https://www.economist.com/europe/2018/06/28/erdogan-inaugurates-a-new-political-era-in-turkey. Published 2018. Accessed August 1, 2020.
2. Parlamento Europeu. Reavaliação das relações entre a UE e a Turquia | Atualidade | Parlamento Europeu. https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/world/20170426STO72401/reavaliacao-das-relacoes-entre-a-ue-e-a-turquia. Published 2020. Accessed August 1, 2020.
3. AGOLLI R, AGOLLI L. Preventing and Combating Violence Against Women: Case of Turkey. J Aware. 2020;5(1):71-76. doi:10.26809/joa.5.006.
4. Malekian S. Iranian and Turkish women join black-and-white Instagram challenge – ABC News. https://abcnews.go.com/International/iranian-turkish-women-join-black-white-instagram-challenge/story?id=72084792. Published 2020. Accessed August 1, 2020.
5. APAV. Estatísticas APAV – Relatório Anual. Lisboa; 2019.
6. Gul H. Intimate Partner Violence (IPV) Types Are Common Among Turkish Women From High Socioeconomic Status and Have Differing Effects on Child Abuse and Contentment With Life. North Clin Istanbul. 2020. doi:10.14744/nci.2020.46514.
7. Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos. https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf. Published 1998. Accessed August 1, 2020.
8. Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres. Convenção de Istambul. https://plataformamulheres.org.pt/artigos/direitos-humanos/convencao-istambul/. Published 2020. Accessed August 1, 2020.
9. Ankara. Turkey may consider withdrawing from Istanbul Convention: AKP official – Turkey News. https://www.hurriyetdailynews.com/turkey-may-consider-withdrawing-from-istanbul-convention-akp-official-156247. Published 2020. Accessed August 1, 2020.
10. Murray S. Istanbul Convention: Poland’s plan to quit domestic violence treaty causes concern | Euronews. https://www.euronews.com/2020/07/27/istanbul-convention-poland-s-plan-to-quit-domestic-violence-treaty-causes-concern. Published 2020. Accessed August 1, 2020.
11. Didili Z. Hungary refuses to ratify Istanbul convention on violence against women | New Europe. https://www.neweurope.eu/article/hungary-refuses-to-ratify-istanbul-convention-on-violence-against-women/. Published 2020. Accessed August 1, 2020.

Team Horizon

Os aspetos menos positivos do nosso percurso não têm lugar na sociedade (digital)?

Escolhemos as nossas melhores fotos. Temos muitos amigos, relações perfeitas e festejamos as vitórias.

Não são as vitórias mais valorizadas com as adversidades? As relações só são perfeitas se concordarmos o tempo todo e estivermos em sintonia? E os amigos? Não precisarão de passar por provas de força, distância e tempo para sabermos de que fibra são feitos?

Os pontos menos positivos para serem mostrados, foram, são e serão automaticamente postos de parte pela sociedade? Serão vistos como uma vitimização ou um descuido por parte da pessoa que os deixou transparecer?

E se essa for a sua verdade? A verdade que se torna reprimida pela pressão do próprio e dos outros, e que se revela numa ditadura da felicidade.

Mostrar as coisas boas torna-se vantajoso se funcionar como inspiração, e não como veículo de comparação e inferiorização.

Até aqui foi uma reflexão. Porém, a preocupação surge…

Esta pressão transcende os ecrãs do que é público e invade aquilo que é mais privado. A nossa intimidade não partilhada. O que é suposto ficar dentro de portas, fechado a sete chaves, é suposto porquê?

Estas ideias geracionais levam as pessoas a um isolamento voluntário?

Querem verdadeiramente estar sozinhas, ou têm medo que sejam vistas pelos outros como se tivessem falhado por ligarem ou mandarem mensagem a um amigo: “estou mal, preciso de ti.”

E quando um amigo não chega, parece mal procurar ajuda profissional? A escolha de uma vida que permita reduzir a necessidade de evasão não é certa. A honestidade torna-nos reais.

Sobre permitir-se todo o tipo de emoções.

A capa da Vogue e o estigma (ainda presente) em relação à saúde mental.

A capa não foi bonita. A forma como foi tratado um assunto delicado, mas que deveria deixar de ser tabu, não foi a melhor.

O pedido de desculpas por parte da marca já surgiu, no entanto este texto mantém-se sempre atual.

Infelizmente, urge a necessidade de serem disseminadas ideias opostas àquelas que são disseminadas. A preocupação vai ao encontro do simples facto da interpretação realizada por uma marca, poder ser a mesma que é propagada pela sociedade.

A consciência, os pensamentos distorcidos e as crenças desajustadas serão sempre tópicos a trabalhar.

Temas em que é possível trabalhar! A mudança é sonhada pelos psicólogos, que são os admiradores da ciência do comportamento humano. Mas … ainda assim, outros sonhos persistem.

Um dos maiores sonhos dizem respeito ao aumento da literacia em saúde mental e, consequentemente, a redução dos estigmas e preconceitos.

Não temos como romantizar as coisas, tal como, colorir uma realidade que acarreta sofrimento para muitas e muitas pessoas. Mas temos, podemos e devemos alertar todos para as fronteiras ténues entre o que é considerado normativo e patológico (em linguagem corrente, os normais e os malucos).

Expressões que saem pela boca fora e revelam a desinformação que se faz sentir, dificultam o que não deveria ser uma utopia: a integração!

A partilha de experiências na educação

A educação constitui-se como um direito fundamental e essencial ao ser humano.

Na atual realidade contemporânea e global em que vivemos, a educação torna-se imprescindível, quer num contexto profissional, quer em termos de inclusão social.

Dada a importância que a área da Educação apresenta, e uma vez que se trata de uma das principais áreas de intervenção da World Needs, queremos dar a conhecer o primeiro projeto na área em questão intitulado de “Educação na Primeira Pessoa powered by World Needs”.

Num contexto de partilha de experiências na primeira pessoa, e em formato IGTV, semanalmente, pretendemos transmitir informação direcionada a todos aqueles que pretendem (ou não) ingressar no ensino superior, bem como a todos os que já frequentam este mesmo nível de ensino.

Assim, contamos com a participação de vários testemunhos no sentido de partilharem as suas próprias experiências, abordando temas desde a experiência das aulas à distância em período COVID-19, a ansiedade associada ao alcance da média ideal e até a gestão de tempo enquanto trabalhador-estudante.

Mais do que tentar perceber se uma opinião é mais válida que outra, queremos partilhar momentos, questões e dúvidas, percebendo, no fundo, que podemos estar todos ligados pelas mesmas situações.

Conta com a World Needs e acompanha de perto este nosso percurso, pois a World Needs conta contigo!

World Needs YOU.

Uma ligação a Cabo Verde

Uma das principais áreas de intervenção da World Needs é o voluntariado.

Como sabemos, nos dias de hoje, o voluntariado tornou-se um modo de vida e uma forma diferente de nos oferecermos ao outro, em prol da Humanidade.

Desde a fundação da World Needs, que esteve sempre presente a expansão do projeto para os países de língua oficial portuguesa, em primeiro lugar, por serem países mais próximos à língua mãe do projeto e, posteriormente, para os restantes países que queiram acolher esta nossa missão.

Aliás, desde a fundação desta nossa organização, que um dos principais objetivos para os primeiros 5 anos, trata-se em alargar o projeto ao maior número de países possível.

É por isso que, através do projeto We Are Together da World Needs, em protocolo celebrado com a Associação Eugénio Lima de Cabo Verde, Portugal e Cabo Verde se unem numa parceria estreita de colaboração em projetos entre os dois países, para a partilha de conhecimento, do apoio estrutural que se traduzem em missões humanitárias e de voluntariado em Cabo Verde, sob coordenação das comunidades lá residentes e nos trâmites legais impostos por aquele país.

Esta parceria visa fomentar a relação próxima entre os dois países, por via deste protocolo, no desenvolvimento de uma missão intemporal, que coloque a dignificação humana e o desenvolvimento social (por via da educação, saúde e cultura (científica, tecnológica e social)) em primeiro lugar.

A World Needs tem assim as portas abertas para iniciar a sua missão em Cabo Verde, com a possibilidade de criar parcerias e relações duradouras com entidades locais, que cumpram com os desígnios da nossa missão fundamental e em consonância com os objetivos da Organização das Nações Unidas. 

São motivos mais do que suficientes para que a World Needs se orgulhe do que está a criar, a favor e em prol da Humanidade, sempre como objetivo, e nunca como simples meio.

A missão da World Needs é cooperar para que o desenvolvimento social seja um fator de reconhecimento humano, na promoção da educação, da cultura, da ciência e da solidariedade sob uma perspetiva intemporal e intercultural.

Mais info sobre o projeto aqui.

World Needs YOU.