Autor: André Caravela Machado
Esta é a verdadeira história da minha vida e de todas nós!
Hoje estamos aqui para vos falar sobre a violência contra as mulheres, aquela a que estamos todas destinadas desde o berço. Seja ela física, psicológica, financeira e até, atentem, cultural. Esta é a verdadeira história da minha vida e de todas nós!
Anualmente morrem às mãos dos seus maridos, pais ou até filhos, dezenas de mulheres em Portugal e quantos milhares não serão pelo mundo? Há a necessidade de fazer este ciclo parar, temos que educar os nossos filhos, netos e todas as gerações futuras para que as mulheres sejam respeitadas como iguais, sim iguais, não como um ser superior, nem inferior.
Temos as nossas diferenças biológicas em relação ao sexo oposto, mas isso fará de nós pessoas com menos direitos?
Desde o dia 11 de novembro que os salários pagos a uma mulher não representam absolutamente nada, porque o homem continuam a receber substancialmente mais. Serão as mulheres menos capazes de exercer as mesmas funções? Então porque deverá a desigualdade salarial ser tão grande e porque é que ainda não conseguimos fazer frente a este problema e resolvê-lo? Bem, a resposta é simples, porque não interessa que as mulheres consigam alcançar os mesmos órgãos de poder que os homens.
Apesar de não termos direito ao nosso salário igualitário, temos direito a ser agredidas?
Diariamente, na vida de uma qualquer mulher ela é vítima, seja por um piropo, um toque, um insulto, o controlo que veste, onde gasta o seu dinheiro ou até quando chega a casa, de um dia de trabalho e tem que fazer as tarefas domésticas porque é esse o papel da mulher, estes são meros exemplos dos mais variados tipos de violência que existem. Não é difícil perceber os restantes quando até ao dia 15 de novembro se contabilizaram 49 tentativas de femicídio, das quais 30 resultaram na morte das mulheres.
Quero que esta mensagem seja de esperança e por isso vos digo:
Tenho esperança que um dia, todas nós deixemos de receber o nosso salário só até novembro e que passe a ser até ao último dia do ano.
De um dia, sair à rua sozinha sem ter de pensar no que estou a vestir, sem ter medo de ser violada.
Poder ir a uma discoteca e pagar o mesmo que um homem e não pagar menos por funcionar como isco para os atrair.
Quero um dia e no seguinte também, acordar e ler um jornal sem ter que ver que mais uma mulher foi morta.
A mudança tem que começar já, dentro de cada um/a de nós. Para isso, não podemos desistir e não nos podemos esquecer que temos de lutar pelos nossos direitos, pelos das que morreram e por todas aquelas que ainda estão por nascer.
Doença de Crohn
1 ano e 2 dias de diagnóstico. Provavelmente, muito mais tempo de convivência diária com a doença. Não é uma condição, é uma doença!
Nunca me senti a pessoa mais saudável do mundo, mas no verão de 2019 senti-me verdadeiramente doente. Doente ao ponto de dizer a quem estava ao meu lado: “eu acho que vou morrer”. Bem sei que todos vamos, mas sentia nesse momento uma fraqueza intensa, a energia a ir-se embora, como se existisse apenas uma linha ténue entre o designado outro lado e este lado da vida. Não pedi opinião a ninguém sobre a partilha deste tópico tão meu, porque a luta também é tão minha. Bem sei que afeta toda a gente à minha volta, mas o que cada um sente é o que cada um sente.Dor é um conceito presente em praticamente todos os meus dias. Bem sei que a doença foi descoberta há pouco tempo e é difícil “acertar com a medicação”.
Há muito por descobrir em relação a este problema e os sintomas diferem de pessoa para pessoa. O que se sabe é que o meu corpo me tenta defender de tudo e mais alguma coisa, mas ele está tão confuso. Provoca uma resposta exagerada em relação ao que é realmente mau, mas também ao que pode ser bom. A assimilação é difícil para ele, então expulsa tudo.Se ele me defende a mais, porque hei de eu me defender a menos? O que tenho aprendido com isto? É duro. As consultas multiplicam-se, exames e análises constantes, onde podem surgir internamentos pelo meio. Os baixos vão e voltam, mas os baixos são muito baixos.
Hoje é um desses dias. Estou a ter uma crise de aftas muito dolorosa à espera que a cortisona faça algum efeito. O que aprendi com isto? A não ter vergonha. A combater o estigma, como faço em relação a muitos outros temas. Não inventem desculpas para não estar com os vossos amigos, ou não irem a isto ou aquilo. Digam a verdadeira razão. Só sabendo vocês próprios a vossa verdade e quem vos rodeia, poderão ter um maior e melhor suporte social, assim como um maior e melhor tempo para estarem sozinhos se assim necessitarem .A mensagem é: Relativizar. E deixarem entrar na sua maioria relações saudáveis, ambientes saudáveis, pensamentos saudáveis.
Saber respeitar o nosso tempo, ouvir o nosso corpo. E aceitar
Mas eu queria acrescentar:
Há uns dias escrevi este texto com alguma comoção, a emoção veio depois, ao ler-vos. De repente, surgiu o lado positivo daquilo que é mau. O tema que tantas vezes me rouba o sorriso, devolveu-me o brilho no olhar. De repente, tremi. Gosto muito de que aquilo que eu faça, traga contributo para o outro e no fundo tinha essa esperança. Não contava que o relato daquilo que é a normalidade do meu dia a dia se tornasse numa onda de energia contagiante, mas a verdade é que se multiplicaram as mensagens de pessoas que não ficaram indiferentes e que lutam, lutaram ou lidam com quem lute contra problemas como a doença de crohn, psoríase e cancro. Não vos quero largar mais. Senti um boost incrível e a minha gratidão tornou-se desmedida.Para que as lágrimas de dor, se tornem em lágrimas de amor e de entusiasmo por esta união, deixo o meu e mail para todas as pessoas que também queiram deixar alguma partilha.
beatriz@wneeds.org
A quem já o fez, tornou-se uma inspiração para mim. Prometo ler e responder-vos sempre.
Bullying
Ele está no meio de nós. Está tão no meio de nós ao ponto de ser banalizado? Não devia!
Devia ser a representação urgente da necessidade de intervenção e prevenção. Está no meio de nós de tal forma que podemos ter amigos ou familiares que podem ser vítimas desta problemática. E são muitas as vítimas! Mesmo que fosse só 1, o sofrimento é muito e significativo e deve ser reparado.
Na escola, no trabalho, entre a família, nos locais que se deveriam querer como lugares de partilha e segurança, nem sempre o são. Não se vive uma guerra fria, vive-se uma guerra aberta e declarada. Digo vive-se, porque vivemos todos. Ninguém pode ser indiferente ao facto de crianças morrerem devido a esta problemática.
Acham que é uma moda?
Segundo a Unicef, 50% dos adolescentes no mundo sofrem violência na escola e nas proximidades. Os adolescentes podem ser viciados em muita coisa que se associa à moda do seu tempo: jogos de computador, consolas, cantores, etc.. Estes vícios, a um nível saudável ou não, dependem da supervisão dos adultos. Os números do bullying são o espelho da sociedade tal e qual como está tipificada, na competição entre raparigas, na necessidade de demonstração de virilidade entre os rapazes.
Os adultos são assim e são o modelo das crianças. A forma de resolução de conflitos, os estereótipos entranhados são visualizados e adquiridos desde cedo. É possível serem moldados? Claro que sim! É para isso que a comunidade serve.
“Agora tudo é bullying.” Não é assim. Não normalizem o que não é de normalizar. Não coloquem a pessoa que sofre numa redoma. Não diabolizem a pessoa que o pratica, ainda para mais quando é uma criança.
Há um sentido atrás de tudo o que não faz sentido. A razão está sempre lá, ainda que não esteja explícita. Podia-vos apresentar números, mas orgulho-me de ter feito a diferença há muitos anos na vida de uma amiga próxima.
Talvez mais do que muitos adultos. Eu era uma criança a tentar ajudar outra criança. Empatia e escuta ativa não eram conceitos que faziam parte do meu vocabulário. Mas estavam intrínsecos no meu coração.
Não são precisos muitos estudos para os ter mas, hoje, sei que as bases teóricas teriam ajudado mais.
Profissionais conscientes, por mais pessoas felizes presentes! Sem julgamentos.
HelptoHelp: Campanha de Angariação de Bens Alimentares e Bens de Higiene Pessoal
A World Needs, através do projeto HelptoHelp, lançou uma campanha de angariação de bens não perecíveis e de bens de higiene pessoal, que serão entregues a uma Instituição Particular de Solidariedade Social que acolhe crianças e jovens em risco.
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, neste dia 17 de outubro, a World Needs quer contribuir para que seja possível diminuir o impacto da pobreza em crianças e jovens, sendo a faixa etária mais afetada em todo o mundo.
Estima-se que mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo vivem na pobreza. De acordo com as Nações Unidas, hoje, «quase dois terços das crianças não têm serviços de proteção social».
Este é o Desafio do Desenvolvimento Sustentável #1, promovido pela Organização das Nações Unidas, que pretendemos desenvolver. Mas não o conseguimos fazer sozinhos!
Ajuda-nos a ajudar.
62 kg’s de lixo recolhido
No passado dia 26 de setembro, a Associação World Needs promoveu uma ação de limpeza na praia de São Jacinto, em Aveiro, que contou com a parceria da Junta de Freguesia de São Jacinto e da Fundação Oceano Azul.
De forma a assinalar o Dia Internacional da Limpeza Costeira, celebrado este ano de 19 a 27 de setembro, foram mais de 100 as ações de limpeza de lixo marinho registadas em todo o país, pelo que a Associação World Needs decidiu também dar o seu contributo.
A ação, com uma duração aproximada de 4 horas, contou com a participação de 15 voluntários, os quais recolheram um total de 62 kg de lixo.
Das categorias mais comuns de lixo recolhido destacam-se o lixo pequeno abaixo de 2,5 cm, com especial ênfase nas centenas de pedaços de plástico recolhidos ao longo da iniciativa e material e equipamento usado na pesca, nomeadamente cabos, cordas e redes. Pedaços de papel, beatas, embalagens de comida, tampas e garrafas de plástico foram também alguns dos itens mais encontrados ao longo da extensão limpa na praia de S. Jacinto.
Com os plásticos a dominar os resíduos encontrados nesta iniciativa, a Associação World Needs apela a uma maior consciência do impacto da poluição das zonas costeiras que ameaça tanto espécies marinhas, como a saúde humana.
Preservar é viver, e por isso, mais do que nunca, cabe à sociedade o dever e obrigação de estar atenta e preservar o meio ambiente.