Esta é a verdadeira história da minha vida e de todas nós!

Hoje estamos aqui para vos falar sobre a violência contra as mulheres, aquela a que estamos todas destinadas desde o berço. Seja ela física, psicológica, financeira e até, atentem, cultural. Esta é a verdadeira história da minha vida e de todas nós!

Anualmente morrem às mãos dos seus maridos, pais ou até filhos, dezenas de mulheres em Portugal e quantos milhares não serão pelo mundo? Há a necessidade de fazer este ciclo parar, temos que educar os nossos filhos, netos e todas as gerações futuras para que as mulheres sejam respeitadas como iguais, sim iguais, não como um ser superior, nem inferior. 

Temos as nossas diferenças biológicas em relação ao sexo oposto, mas isso fará de nós pessoas com menos direitos? 

Desde o dia 11 de novembro que os salários pagos a uma mulher não representam absolutamente nada, porque o homem continuam a receber substancialmente mais. Serão as mulheres menos capazes de exercer as mesmas funções? Então porque deverá a desigualdade salarial ser tão grande e porque é que ainda não conseguimos fazer frente a este problema e resolvê-lo? Bem, a resposta é simples, porque não interessa que as mulheres consigam alcançar os mesmos órgãos de poder que os homens. 

Apesar de não termos direito ao nosso salário igualitário, temos direito a ser agredidas? 

Diariamente, na vida de uma qualquer mulher ela é vítima, seja por um piropo, um toque, um insulto, o controlo que veste, onde gasta o seu dinheiro ou até quando chega a casa, de um dia de trabalho e tem que fazer as tarefas domésticas porque é esse o papel da mulher, estes são meros exemplos dos mais variados tipos de violência que existem. Não é difícil perceber os restantes quando até ao dia 15 de novembro se contabilizaram 49 tentativas de femicídio, das quais 30 resultaram na morte das mulheres.

Quero que esta mensagem seja de esperança e por isso vos digo:

Tenho esperança que um dia, todas nós deixemos de receber o nosso salário só até novembro e que passe a ser até ao último dia do ano. 

De um dia, sair à rua sozinha sem ter de pensar no que estou a vestir, sem ter medo de ser violada.

Poder ir a uma discoteca e pagar o mesmo que um homem e não pagar menos por funcionar como isco para os atrair.

Quero um dia e no seguinte também, acordar e ler um jornal sem ter que ver que mais uma mulher foi morta. 

A mudança tem que começar já, dentro de cada um/a de nós. Para isso, não podemos desistir e não nos podemos esquecer que temos de lutar pelos nossos direitos, pelos das que morreram e por todas aquelas que ainda estão por nascer.