Outra vez!? A realidade de voltarmos a confinar em Portugal

2021 está a ser uma espécie de 2020 mas ao quadrado. Os números que nos fazem chegar por casos de COVID-19 são alarmantes e, por todo o país, os hospitais têm tido sérias dificuldades em dar resposta aos milhares de casos que dão entrada diariamente nos serviços de urgência.

Começa-nos a faltar a força e a perseverança de levarmos em frente esta fatídica luta que assombra todo o mundo. As recentes decisões tomadas pelas nossas autoridades pouco têm valido para esmagar a curva epidemiológica em Portugal, não permitindo contrariar o surgimento de novos casos positivos.

Não vale a pena desacreditar na ciência, apontarmos a culpa a determinados sujeitos decisores ou fazermos juízos de valor de que, se fossemos nós a decidir, os resultados seriam bastante melhores.

Não vale a pena continuarmos a lançar a retórica que só acontece aos outros e que nós, saudáveis, porque estamos sempre bem e de saúde, nunca nos poderá afetar tal coisa. Não vale a pena dizer que só se trata de uma simples gripe, que é tudo uma fraude que estão a promover em todo o mundo ou que se trata de uma tentativa massiva para controlarem as pessoas através de nanopartículas tecnológicas que são colocadas no corpo por via da vacinação. Não vale a pena lançar o debate que esta é uma desculpa para esgotar todos os serviços e setores da saúde, priorizando esta pandemia, descredibilizando tudo o resto que também merece atenção e dedicação. Neste momento, não vale a pena querermos ser mais inteligentes que o resto da humanidade, simplesmente porque estamos cansados de ouvir diariamente o mesmo assunto e, de há quase um ano para cá, sermos privados de fazer as coisas mais simples e básicas que tanto gostamos.

Importa não esquecer que praticamente todos os setores foram afetados.
Principalmente o setor da Economia, que está de mãos atadas face a tudo isto. Muitas empresas não estão a conseguir sobreviver e, consequentemente, milhares de pessoas em todo o país perdem os empregos, passando a acumular dificuldades para assumir os seus compromissos. Este é o resultado de uma crise económica e
social muito dura sem precedentes que está a criar danos difíceis de reparar.

Contrariamente a março de 2020, existe uma luz ao fundo do túnel – a tão esperada vacina -, que ambicionamos que possa chegar a todos tão breve quanto possível. Mas até que isso aconteça, temos de garantir que as medidas de proteção são cumpridas, por muito que nos custe. E devemos fazê-lo, não só do ponto de vista pessoal, mas pelo respeito para com o outro.

Tomemos consciência que é da nossa total responsabilidade assumirmos um papel de alerta, vigilância e de proteção para o bem de todos, como um verdadeiro sentido de missão. Trata-se de um dever geral e não só de alguns, pois este mal não escolhe credos, cores ou ideologias.