Bullying

Ele está no meio de nós. Está tão no meio de nós ao ponto de ser banalizado? Não devia!

Devia ser a representação urgente da necessidade de intervenção e prevenção. Está no meio de nós de tal forma que podemos ter amigos ou familiares que podem ser vítimas desta problemática. E são muitas as vítimas! Mesmo que fosse só 1, o sofrimento é muito e significativo e deve ser reparado.

Na escola, no trabalho, entre a família, nos locais que se deveriam querer como lugares de partilha e segurança, nem sempre o são. Não se vive uma guerra fria, vive-se uma guerra aberta e declarada. Digo vive-se, porque vivemos todos. Ninguém pode ser indiferente ao facto de crianças morrerem devido a esta problemática.

Acham que é uma moda?

Segundo a Unicef, 50% dos adolescentes no mundo sofrem violência na escola e nas proximidades. Os adolescentes podem ser viciados em muita coisa que se associa à moda do seu tempo: jogos de computador, consolas, cantores, etc.. Estes vícios, a um nível saudável ou não, dependem da supervisão dos adultos. Os números do bullying são o espelho da sociedade tal e qual como está tipificada, na competição entre raparigas, na necessidade de demonstração de virilidade entre os rapazes.

Os adultos são assim e são o modelo das crianças. A forma de resolução de conflitos, os estereótipos entranhados são visualizados e adquiridos desde cedo. É possível serem moldados? Claro que sim! É para isso que a comunidade serve.

“Agora tudo é bullying.” Não é assim. Não normalizem o que não é de normalizar. Não coloquem a pessoa que sofre numa redoma. Não diabolizem a pessoa que o pratica, ainda para mais quando é uma criança.

Há um sentido atrás de tudo o que não faz sentido. A razão está sempre lá, ainda que não esteja explícita. Podia-vos apresentar números, mas orgulho-me de ter feito a diferença há muitos anos na vida de uma amiga próxima.

Talvez mais do que muitos adultos. Eu era uma criança a tentar ajudar outra criança. Empatia e escuta ativa não eram conceitos que faziam parte do meu vocabulário. Mas estavam intrínsecos no meu coração.

Não são precisos muitos estudos para os ter mas, hoje, sei que as bases teóricas teriam ajudado mais.

Profissionais conscientes, por mais pessoas felizes presentes! Sem julgamentos.